terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A Noite Escura da Alma



Chega de mansinho e arrasta-me com ela. Não precisa de nome, só de espelhos. Devolução a mim própria. De crenças, expectativas, sonhos, ilusões, mentiras que contei a mim mesma para adormecer melhor.
Está escuro e só aí faz sentido estar em silêncio.
Por vezes ergo-me, "porque não nasci para estar parada", "porque o sofrimento é uma perda de tempo", "porque a vida é tão mais do que isto", mas sento-me outra vez, quase a rir de mim mesma. Mais mentiras, mais enganos, mais fugas para a frente. Tudo isso é real, só não o é para mim, aqui e agora.
Nem sempre tenho perspectivas, ou lucidez, ou racionalidade. Nem sempre sei ser a mãe de mim mesma, o meu príncipe encantado, a mulher da minha vida.
Hoje não posso ser nenhuma dessas coisas. Não quero? Talvez...
Hoje está frio dentro de mim.
E não faz sentido levantar-me, quando não faço ideia de por onde caminhar...
Aceitar o tempo. Confiar em mim...
Sento-me neste canto, descanso a cabeça nos joelhos, e aguardo...